ACUPUNTURA CIENTIFICAMENTE COMPROVADA

O melhor de dois mundos

A medicina tem atualmente uma vantagem inédita numa perspetiva cronológica, de poder associar o conhecimento milenar da Medicina Tradicional Chinesa e dos princípios básicos da acupuntura, com uma alta tecnologia contemporânea assente em pilares rigorosos de uma medicina atual, baseada na evidência científica.

A conceção e configuração do corpo humano como um complexo circuito elétrico conduzido por impulsos neuro-elétricos, bem como o mapeamento de pontos de maior intensidade e/ou resistência elétrica através de tecnologia específica, permite-nos atualmente traçar uma correspondência assustadoramente rigorosa para com os pontos de acupuntura clássicos existentes na literatura.

Infelizmente, os estudos que nos chegam (ao mundo ocidental) ainda são escassos e muitas vezes de menor qualidade. Podemos inferir várias razões para esta escassez científica: será a língua chinesa e a dificuldade de tradução ainda um problema? 

Poderá haver ainda alguma filtragem nos conhecimentos que propositadamente o Oriente não quer partilhar de forma gratuita, principalmente recordando que existe uma cultura marcadamente feudal em que os conhecimentos passavam do mestre para o seu aprendiz? 

Por uma questão política, não há interesse em desorganizar mercados existentes, particularmente na indústria farmacêutica? 

A falta de rigor e a subjetiva interpretação clínica retiram a coragem a patrocinadores e/ou investigadores para estudos que aumentassem a sua credibilidade?

Penso que não haverá apenas uma resposta certa, mas sim um conjunto de fatores, que dentro do que foi exposto ainda torna relutante a sua aceitação. 

No entanto, não tenho a menor dúvida de que tudo será uma questão de tempo, pois estamos hoje em dia, numa posição privilegiada, e até agora inexistente: a possibilidade de executar uma prática clínica com acupuntura, baseada em parâmetros técnicos e científicos, rigorosos e matemáticos, contemporâneos. A validação através da evidência científica apresenta-se assim, como o elo perdido para com a acupuntura clássica, e hoje, poderemos aproveitar o melhor dos dois mundos.