Penso que não cometeria um erro grande ao arriscar dizer que o Médico Dentista é um dos profissionais de saúde que melhores condições tem para observação clínica da língua na sua consulta, tendo em conta fatores como proximidade, luz, ou material utilizado.

Segundo a MTC, a língua apresenta um subsistema reflexo de todo o corpo, onde suas específicas regiões correspondem a diferentes partes do corpo, nas quais o estado (energético) de cada órgão irá ter uma tradução (clínica) na mucosa da língua. 

A cor, o tamanho, a forma, o tónus muscular, as marcas dentais, e ainda a presença/ ou ausência de saburra bem como a sua distribuição no dorso da língua, são todas estas, características que merecem a nossa atenção e avaliação, para diagnóstico energético de todo o corpo. 

As próprias veias sublinguais são também indicadoras do estado da tensão arterial. 

Assim sendo, é perfeitamente possível através da observação da língua, diagnosticar um mau funcionamento de vários órgãos, como por exemplo (mais comuns):

  • metabolismo gastro-intestinal alterado, 
  • problemas respiratórios ou deficiências pulmonares
  • estados de ansiedade, HTA ou esforço cardíaco excessivo
  • mau funcionamento do fígado e vesicula biliar
  • etc.

Mais interessante, e numa visão mais específica, será comparar a avaliação do diagnóstico da língua numa perspetiva da MTC e ocidental, à luz dos conhecimentos da patologia oral, e que pontos é que podemos observar em comum, quer nos tecidos/ órgãos implicados, quer nos seus fatores etiológicos.

Ou seja, partir de um quadro de uma glossite rombóide mediana, por exemplo, e perguntar à MTC que diagnóstico faria daquela língua, e avaliar que pontos em comum poderiam ter, a nível de etiologia, órgãos envolvidos, sintomatologia, e naturalmente que tratamentos poderíamos ter como alternativa ou complemento.